Rádio e revolução

Por Gustavo Barreto (*)

Rádio e revolução

Na Alemanha, a “teoria do rádio” aparece em um contexto favorável, quando parecia haver uma abertura proporcionada por um novo meio de comunicação para a intervenção na sociedade. A teoria de Brecht só foi possível devido ao respaldado do movimento das rádios operárias que, no entanto, sofriam cada vez mais com a censura.

Os estudos sobre a história do rádio na Alemanha mostram que esse meio de comunicação teve a sua origem também ligada a uma rebelião – a revolução operária de 1918-1919:

À semelhança da Revolução Russa, o movimento operário alemão organizou-se em soviets. Durante essa breve experiência revolucionária, o rádio faz sua estreia, servindo como meio para coordenar o movimento nas várias regiões do país e manter contato com o regime revolucionário da Rússia. O rádio surge, pois, como um instrumento de mobilização política, e, só depois de cinco anos, com a revolução derrotada, é que se estabeleceu a “radiodifusão pública da diversão”, ou seja, passou a ter uma função comercial e a monopolizar o “comércio acústico”, segundo a feliz expressão de Brecht. (Frederico, 2007)

É possível conhecer mais sobre a história da associação ‘Arbeiter-Radio-Klub Deutschland’ e, inclusive, ouvir uma das gravações de época clicando aqui.

(*) Gustavo Barreto (@gustavobarreto_), 39, é jornalista, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis clicando aqui). Atualmente é estudante de Psicologia. Acesse o currículo lattes clicando aqui. Acesse também pelo Facebook (www.facebook.com/gustavo.barreto.rio)

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