Nova leva de holandeses, “quase tôda constituída de operários especializados”
“Imigrantes holandeses para os núcleos agrícolas”, anuncia em uma de suas manchetes do dia 30 de novembro de 19551 o jornal carioca Correio da Manhã, acrescentando: “Fizeram curso sôbre usos e costumes do Brasil”. O diário afirma que um grupo de quarenta imigrantes holandeses chegara ao Rio de Janeiro no dia anterior para trabalhar “nos diversos núcleos agrícolas batavos2 instalados no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais”.
A leva, diz o jornal, é “quase tôda constituída de operários especializados, como mecânicos, eletricistas, maquinistas, etc.”, tendo ainda “alguns agricultores especialistas em plantação de cana de açúcar”. Antes de embarcar para o Brasil, os holandeses teria feito um curso sobre “usos e costumes do nosso país”, bem como teriam aprendido “rudimentos do português”, treinamento este que os “habilitará a adaptar-se com maior facilidade”.
O adido de “Agricultura e Emigração” da embaixada brasileira na Holanda disse ao Correio da Manhã que “cerca de mil holandeses, inclusive nascidos na Indonésia, vieram para o Brasil no corrente ano”.
O número deverá elevar-se no ano seguinte (1956), diz o jornal, “mas não em grande quantidade, pois o mercado de trabalho na Holanda está em condições de absorver tôdas as disponibilidades”. O jornal cita (sem fontes) um cálculo: “Sómente dentro de cinco anos, segundo as estimativas, haverá excedentes demográficos e então será possível a saída de grandes levas para os países que atualmente recebem imigrantes holandeses”.
NOTAS
1 Disponível em http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=089842_06&pagfis=55651&pesq=
2 Segundo uma das definições do dicionário online Michaelis, “relativo ou pertencente à Holanda, ou característico desse país”.