As nações e os nacionalismos
Para Benedict Anderson: “O nacionalismo não é o despertar das nações para a autoconsciência: ele inventa nações onde elas não existem. (…) A única coisa que posso dizer é que uma nação existe quando pessoas em número significativo de uma comunidade se consideram formando uma nação, ou se comportam como se formassem uma. (…) Podemos traduzir ‘se consideram’ por ‘se imaginam’”.
Zygmunt Bauman: “(…) vamos em busca de diferenças justamente para legitimar as fronteiras”.
As Nações Unidas admitem novos membros praticamente todos os anos. E muitas “nações antigas”, tidas como plenamente consolidadas, veem-se desafiadas por “sub”-nacionalismos em seu próprio território.
“A realidade é muito simples: não se enxerga, nem remotamente, o fim da era do nacionalismo que por tanto tempo foi profetizado. Na verdade, a condição nacional [nationness] é o valor de maior legitimidade universal na vida política dos nossos tempos. (…) [No entanto] Em contraste com a enorme influência do nacionalismo sobre o mundo moderno, é notável a escassez de teorias plausíveis sobre ele (…)” (Anderson)
Para saber mais:
- ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
- BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós modernidade. Rio de janeiro, Jorge Zahar Ed., 1998.
- _________________. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
- _________________. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.
- BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
- HOBSBAWM, Eric & RANGER, Terence (orgs.). A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008 (1997).