A primeira ‘Carteira Profissional’, de Vargas, incluía dados de estrangeiros

Por Gustavo Barreto (*)
Registro da segunda edição do dia do jornal O Globo de 21 de março de 1932.

Registro da segunda edição do dia do jornal O Globo de 21 de março de 1932.

O governo Temer e seus aliados no Congresso começam a debater hoje, 21 de março, uma reforma que claramente retira direitos dos trabalhadores: a reforma trabalhista. Ao mesmo tempo, ataca também os direitos previdenciários em outro projeto de lei. Saiba quais são as mudanças da reforma trabalhista: http://bit.ly/2nxX7du.

A coincidência é que neste mesmo dia, 21 de março, no ano de 1932, o governo Vargas criava a carteira de trabalho – à época, “Carteira Profissional” –, conforme este registro do jornal “O Globo” dessa data.

A nota, na primeira página, informa por exemplo que a carteira é voltada para pessoas com 16 anos ou mais, “sem distinção de sexo”, e que “exerçam empregos ou serviços remunerados no commercio ou na industria”. A carteira também trazia o nome do sindicato ao qual a pessoa estava associada. O documento garantia a essas categorias o acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como seguro-desemprego e benefícios previdenciários.

Havia informações específicas para os estrangeiros: data de chegada ao Brasil, de naturalização, “nome da esposa e, sendo esta brasileira, data e logar de casamento”, além do “nome, data, logar de nascimento dos filhos brasileiros”. O registro original está em https://glo.bo/2nycvqh.

(*) Gustavo Barreto (@gustavobarreto_), 39, é jornalista, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis clicando aqui). Atualmente é estudante de Psicologia. Acesse o currículo lattes clicando aqui. Acesse também pelo Facebook (www.facebook.com/gustavo.barreto.rio)

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